Outubro Rosa – Homenagem a uma mulher

Sempre que o assunto envolve uma doença considerada de risco à vida, como o câncer, queremos que o final seja a vida e não a morte, queremos contar a vitória, a cura completa e não que o sofrimento terminou.

E sim, as duas coisas acontecem. É a vida.

Eu fui presenteada ainda jovem (15 anos), como catequista, quando conheci meus alunos. Naquela época (1995) as aulas de catequese eram nas casas, pois o Centro Comunitário estava em construção. Cada sábado estávamos na casa de um aluno, começávamos o encontro com uma oração, depois eu ministrava o conteúdo, tomávamos um café da tarde que a família preparava, saíamos da casa para a igreja a fim de participarmos da missa das 16h. Não importava onde era a casa da criança, íamos a pé para a igreja; eu e mais 10 crianças com idades entre 9 e 12 anos. Todo sábado era uma aventura.

Hoje me lembro destes dias com alegria porque vivemos cada instante, aproveitamos uns aos outros e envolvíamos as famílias.

Uma dessas minhas alunas já não está mais entre nós e este texto é uma homenagem a ela:  Joyce, menina de personalidade forte, amável, atenciosa, participativa e que, inclusive me ajudava com seu irmão Bruno (que era arteiro kkk).

 A Joyce foi minha aluna de catequese por dois anos, depois convivemos na perseverança e a vida seguiu, ela se tornou uma mulher incrível, casou-se e gerou dois filhos. Nos víamos de vez em quando na igreja e por morarmos no mesmo bairro acabamos nos cruzando novamente na Emeb Caetano de Campos, onde nossos filhos estudavam.

E no auge de sua juventude ela começou a luta contra o câncer, primeiro o de mama e depois outros que apareceram (e, não oram poucos). Soube da notícia na missa, quando toda a igreja rezava por ela. Não saberei contar aqui a ordem das coisas, mas o que quero evidenciar é que se uma vida bem vivida é uma vida decidida, a Joyce viveu uma vida bem vivida.

Ela decidiu viver seus dias da melhor forma que podia. Quando estava mal não saía de casa, quando não estava tão bem, mas conseguia, palestrava, saia com seus filhos, ia à escola, participava da igreja e acredito que tudo isto era em nome do Amor que é Eterno.

Ela participou de um livro onde contou sua história. Ela fez um ensaio fotográfico incrível e nos ensinou coragem, aceitação e sabedoria através da sua existência.

Eu e todos da minha empresa tivemos o prazer de aprender com ela no ano de 2022 quando ela veio palestrar para nós, onde nos contou sua história e demonstrou sua força.

Naquele dia ganhamos dela uma pílula de sabedoria com mensagens de encorajamento.

Uma força que não é medida pela capacidade de cura do corpo e sim pela capacidade de passar pela vida com esperança.

Esperança de viver plenamente os dias que nos são concedidos, de valorizar o que realmente importa, de cuidar da saúde comendo bem, dormindo o suficiente e se exercitando regularmente. Esperança de acreditar que independentemente do que a vida apresenta, há um sentido, mesmo que incompreensível para nosso raciocínio.

A esperança é uma força incrível, é como viver o que Jesus falou: “felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram” João 20,29.

Neste outubro Rosa (2024) te convido a exercer a sua fé. Te convido a confiar que na sua vida há coisa boa, mesmo se estiver enfrentando algum sofrimento, alguma doença. Procure valorizar cada momento, decida-se por se cuidar de todas as formas possíveis, pois o único dia real é o hoje, o único tempo real é o agora. Desejo que a sua fé seja forte como a da Joyce, que você encontre na caminhada a esperança de uma vida plena e feliz.

Mulheres, façam o exame de toque. Caso necessário, busquem médico e tratamento e tenham esperança.

Encerro este texto agradecendo por tê-la conhecido.

Agradeço a oportunidade de tê-la visto seguir e crescer em sua fé, de tê-la visto decidir por viver muito bem o tempo que lhe fora concedido.

Que a paz que excede a todo entendimento esteja com você!

Um outubro rosa + consciente!

Verônica Souza – Ativando consciências.